Um dos desafios contemporâneos para as organizações é lidar com grupos heterogêneos, formados por indivíduos que possuem diversas características no mercado de trabalho.

Apesar de as grandes empresas continuarem a exercer influência significativa na percepção das pessoas sobre o emprego e a carreira, as tradicionais carreiras organizacionais já não predominam como escolha única. Hoje há uma tendência de trajetórias profissionais cada vez mais moldadas por fatores como as necessidades pessoais e familiares dos trabalhadores, pelo fato os indivíduos assumirem a responsabilidade pelo desenvolvimento de suas próprias carreiras e pela gestão de sua jornada profissional.

Os estudos dedicados à carreira tem considerado a estrutura proporcionada pelas organizações para a ascensão profissional, somado as variadas ambições que são específicas de cada faixa etária dos trabalhadores.

Pois é importante analisar o contexto no qual as organizações e seus colaboradores estão inseridos.

Atualmente, a atuação empresarial é caracterizada pela busca incessante por flexibilidade, capacitando as organizações a influenciar ativamente seus respectivos mercados. Paralelamente, os indivíduos são incentivados a planejar suas carreiras de forma mais autônoma e proativa.

Com isso, um dos desafios contemporâneos para as organizações é lidar com grupos heterogêneos, formados por indivíduos que possuem diversas características no mercado de trabalho.

A idade, em particular, é um aspecto que influencia comportamentos distintos em cada faixa etária. Conforme descrito na literatura, essas diferenças se refletem nas atitudes perante a vida e o trabalho, categorizando os profissionais ativos em Geração Y, nascidos a partir de 1978, Geração X , nascidos entre 1965 e 1977 e Baby Boomers, nascidos entre 1946 e 1964.

Emerge uma tendência marcante, na qual as trajetórias profissionais são cada vez mais moldadas por fatores como as necessidades pessoais e familiares dos trabalhadores.

Cada uma das gerações, desde os Baby Boomers até a Geração Y, trouxe consigo valores, expectativas e abordagens únicas para o ambiente profissional, resultando em percepções distintas sobre carreiras ao longo das décadas. Contudo, já no mercado de trabalho, observamos a presença marcante da Geração Z.

A Geração Z é composta por jovens nascidos em meados dos anos 90, criados em um ambiente globalizado e altamente tecnológico, onde o uso da internet é algo extremamente familiar. O termo “Z” deriva de “zapear”, que remete à habilidade de mudar rapidamente de canal na televisão ou frequência no rádio através do controle remoto, conforme descrito por Lauer (2011) e Shinyashiki (2009). Essa capacidade de alternar rapidamente e frequentemente é uma das características distintivas dessa geração.

Para alguns teóricos, os membros da Geração Z têm uma abordagem única em relação ao mundo, pensando e agindo de maneira diferente das gerações anteriores. Eles não apreciam a hierarquia convencional onde a subordinação completa ao superior é esperada. Pelo contrário, tendem a estabelecer um diálogo mais próximo com seus superiores, buscando um relacionamento mais participativo.

A Geração Z se distingue das demais gerações por diversas atitudes características. Valorizam a liberdade para experimentar coisas novas e têm uma forte inclinação para a customização de produtos e experiências de compra. Sempre buscam verificar informações de forma detalhada, valorizam a integridade como sinônimo de lealdade e transparência, e preferem colaborar através de tecnologias digitais. O entretenimento está integrado quase universalmente às experiências de vida para essa geração, incluindo o trabalho. Têm uma expectativa natural de velocidade, esperando respostas instantâneas.

Além disso, a inovação é uma constante em suas vidas, visto que estão continuamente buscando novos modos e ideias. Esses jovens cada vez mais querem alcançar altos cargos em pouco tempo. Como não se apegam aos seus empregos, quando não satisfeitos, logo buscam outras oportunidades, fazendo com que o índice de rotatividade nas empresas aumente significativamente.

O maior desafio está em como atrair e reter esses talentos. As empresas precisam conceder a eles atividades desafiadoras e reconhecimento pelo trabalho desenvolvido. Isso torna o desafio entre diferentes gerações ainda maior quando precisam trabalhar juntas.

Aproveitar a experiência dos mais antigos e a habilidade dos mais novos em lidar com a tecnologia como equilíbrio é o diferencial para estratégias de negócios e para a gestão de pessoas que está atenta à inovação, colaboração e crescimento sustentável.

A Geração Z é composta por jovens nascidos em meados dos anos 90, criados em um ambiente globalizado e altamente tecnológico, onde o uso da internet é algo extremamente familiar.

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Autora: Hercilia Cordeiro
Diretora de Gestão de Pessoas.